Todas as maneiras são boas para chegar a esta cidade do Norte da Califórnia. Eu cheguei lá das mais diferentes maneiras e distintas companhias: de carro com amigos, de avião acompanhado da figura paternal ou sozinho de comboio. Fiquei nos mais variados sítios: tanto nos melhores hotéis de Downtown como nos piores móteis de Ocean Beach, em grandes lofts de amigos e em pequenos quartos de amigas. San Francisco é de todas as cidades que conheço dos Estado Unidos, e só das principais são mais de dez, de longe a minha preferida. Tem ofertas para todas as ondas e um rol infinito de coisas para fazer. Tem a classe e requinte de New York sem ser claustrofóbica e congestionada como esta, e em vez de New Jersey na outra margem do Hudson tem Berkeley do outro lado da baía. Não é atingida em larga escala pela futilidade gratuita omnipresente em San Diego e Los Angeles, suas irmãs do Sul do Estado. Para estas fica a perder em relação ao clima e ao estilo de vida de praia, surf e sol mas a sua diversidade de oferta em sítios para ir e coisas para fazer compensa largamente a água gélida e pejada de tubarões ou o peso extra do blusão nos seus inúmeros dias de nevoeiro. Adicione-se ao acima referido uma forte e actual componente artística e cultural, os ideais de paz e liberdade de hippies dos sete aos setenta, a abertura de espírito de gays de todos os tamanhos, sexos e feitios, a maior e mais antiga Chinatown da América do Norte e que alberga a maior comunidade chinesa fora da Ásia assim como a maior das únicas três Japantown dos Estados Unidos e pode-se ter uma pequena idéia de tudo o que SF tem para oferecer. Sem puxar muito pela cabeça consigo lembrar-me uma catrefada de programas que por lá fiz: duas Love Parade, vários after hours no End Up, surfadas em OB, jantares de grupo em Chinatown ou no Fisherman´s Wharf, almoços de de sushi num dos muitos restaurantes japoneses, festivais de música no Golden Gate Park ou futeboladas nos relvados do mesmo, bebedeiras em Irish pubs e mocas de erva em bares do Haight, vernissages de artistas da moda, passeios a pé pelo Presídio ou de eléctrico por uma das suas quarenta e três colinas, festinhas psicadélicas em caves, cocktails em últimos andares de arranha-céus, entre muitas e coloridas coisas. Se eu soubesse o que sei hoje teria ido viver para San Francisco em vez de San Diego aquando da minha aventura em terras do Tio Sam. O problema com esta cidade não é chegar mas sim sair de lá. Eu já lá cheguei e de lá saí muitas vezes sem nunca me fartar e sempre a descobrir coisas novas em cada visita. Escrito isto garanto-vos uma coisa: hei-de lá voltar um dia. Agora deixem começar o Natal.
2 comments:
Muito boas experiências!
Ainda bem que a inspiração voltou!
Se eu ganhasse o Euromilhões não gastava o dinheiro em objectos e posses, mas em experiências assim!Costumo dizer q se alguma vez ganhar o euromilhões durante largos anos ninguém me vai pôr a vista em cima... vou viajar viajar e viajar, primeiro para fora da Europa, só depois de ver o resto do mundo é que visitaria este nosso velho continente a fundo. Tive a sorte de já ter ido a alguns dos meus destinos de sonho, como Goa, Cabo verde, Maldivas, 2 vezes a Marrocos, e Tenerife. Mas já há 5 anos q não saio daqui - já estou a desesperar! Próximos destinos na lista: Bali, Cambodja, e voltar à India.
Espero que o teu Natal tenha sido muuuuuuuuuito bom e obrigado pela receita. Vou experimentar e depois digo como me saí.
Pois voltou, finalmente. Confesso que fiz um bocadinho de batota uma vez que já tinha começado esta bonecada há uns meses. :)
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