Saturday, January 31, 2009

Friday Night Coke Fever

“Queres um cheiro?”
“Não obrigado, de há uns anos para cá que só uso farinha de trigo.”

Thursday, January 29, 2009

Motivational Speech

January

It hasn't even finished and it already feels like a whole year.

Saturday, January 24, 2009

Não és novo demais para brincar com o karma?


De vez em quando lembro-me da sua existência e faço contas aos anos em que ela me tem feito companhia: são vinte seis. Em algumas dessas vezes paro o que estou a fazer e vou olhar para ela. Paro junto ao espelho e começo por afastar os primeiros cabelos da franja para a ver, percorro-a com os olhos pelo comprimento todo da minha testa. De seguida faço uma curva à esquerda e começo a subir enquanto os meus dedos continuam a ziguezaguear para ir desviando o cabelo que encobre a cicatriz gigante que me preenche a cabeça. Certa altura tenho que parar porque a minha visão não tem potência suficiente para alcançar a parte de trás da minha cabeça, por isso, nunca chego a ver-lhe o fim. Não digo que ela cresceu comigo porque já nasceu grande mas eu certamente cresci com ela, escondida é certo, mas cresci.
Foi nos primeiros meses de 1983 quando aconteceu, num domingo normal na despreocupada vida de uma criança de cinco anos e meio. O meu pai deixou-me ao inicio da tarde numa festa de um amigo, do qual não me recordo do nome e que vivia na Rua da Junqueira. Lembro-me da sua casa e de alguma das divisões desta, de sair dela e me despedir dos anfitriões, de começar a descer as escadas com o meu pai e a minha irmã rumo ao carro. O que nunca contei a ninguém até hoje é que trazia num dos meus bolsos um carrinho que roubei ao meu amigo.
A imagem que se segue sou eu a acordar deitado numa maca e com um mundo inteiro de olhos a olhar para mim. De seguida, entrei numa ambulância. A minha irmã diz que durante a viagem do sitio do acidente até ao hospital eu ria à gargalhada. Adorava lembrar-me desse meu ataque riso compulsivo mas não consigo, a imagem que guardo dessa viagem sou eu deitado na maca a olhar para cima e ver a Rita ao colo do meu pai, vestido com um loden verde até aos pés a dizer ao condutor para se despachar. Depois disso lembro-me de passar a noite deitado a ver todo de baixo para cima e de me raparem o cabelo para me poderem voltar a colocar o escalpe. Devido ao perigo de hemorragias internas mantiveram-me acordado durante todo o tempo que o cirurgião precisou para cozer os mais de cento e quinze pontos (deixaram de contar a partir daí) que foram precisos para voltar a fechar a minha cabeça. Durante todas essas horas fui conversando com a minha mãe (que não largou a minha mão durante um único segundo) e com o médico ao mesmo tempo que este me cozia. Lembro-me de acordar no dia seguinte na cama da minha irmã e ver um dia de céu azul pela janela, de estar radiante por ter no meu pulso uma pulseira do hospital com o meu nome (não sei porquê achei piada aquela merda). Acima de tudo, lembro-me do olhar aliviado dos meus pais por terem acordado daquele pesadelo e verem que apesar daqueles pontos todos que me preenchiam a cabeça eu continuava igual ao que sempre fora. Outras duas cenas desse episódio que também me ficaram gravadas na memória foram: a enfadonha e demorada tarde em que me tiraram os pontos e a manhã em que voltei à escola. O regresso às aulas foi algo estranho, cheguei à sala de aula e já estavam todos sentados e eu por breves instantes fiquei em pé diante de mais de duas dezenas de crianças enquanto estas me contemplavam num misto de olhares assustados e desconfiados, provavelmente a perguntando eu ainda seria como eles enquanto inspecionavam a cicatriz monstra que me preenchia a cabeça. Depois disso voltei para o meu lugar na sala de aula da Eduarda e voltei a misturar-me com os outros, o meu cabelo voltou a crescer, muito rápido como hoje em dia, e escondeu esta minha enorme marca. Ficou apenas visível uma cicatriz pequena ( neste caso pequena é subjectivo) junto à minha sobrancelha esquerda que eu achava imensa piada porque era, e obviamente continua a ser, um J invertido. Fui acompanhado frequentemente durante os dois anos que se seguiram por dores de cabeça e que felizmente desapareceram. Acho que tive uma sorte incrível por não ter ficado desfigurado e da cicatriz ser imperceptível para quem não sabe que a tenho. O carro em que seguíamos ficou totalmente destruído e eu fui o único que teve ferimentos graves. Os pontos da minha irmã e do meu pai somados correspondiam apenas ao pontos do meu J invertido; a minha cicatriz pequena. Até hoje guardo outra imagem na minha memória vista de uma posição diferente das outras: não de baixo para cima mas de cima para baixo. Os meus olhos alguns metros acima do chão observando-me e olhando para o meu corpo e o da minha irmã a dormir profundamente no banco do carro. Até hoje não sei de onde me vem essa imagem; se a sonhei ou se o meu espírito chegou mesmo a sair do meu corpo. Não sei mesmo.
Lembrei-me de escrever sobre esta memória algo cinzenta da minha vida não por estar de mal com ela, porque estou longe de estar, mas apenas porque esta manhã voltei a afastar os meus cabelos para espreitar a minha cicatriz com mais de um palmo de comprimento e cheia de curvas e contra-curvas e tive vontade de contar esta pequena parte da minha história de vida. Às vezes, e por acreditar nessas coisas, penso se tudo isso que me aconteceu não terá sido mau karma da minha parte. Talvez se eu não tivesse desfalcado a garagem de carrinhos do meu amigo, se não me tivesse apoderado do que era seu nada daquilo me teria acontecido; aquele camião sem reflectores não estaria estacionado onde estava, não nos teríamos enfaixado na sua traseira e eu não teria uma boa história para contar, é que, a brincar a brincar aprende-se a conduzir a sério. A história da minha vida, essa ainda tem que ser vivida...

Mini Me

Wednesday, January 21, 2009

Monday, January 19, 2009

Tuesday, January 13, 2009

Al Redial

There´s no extraterrestrial life outside our planet.

Monday, January 12, 2009

"Slumdog Millionaire"

O novo filme de Danny Boyle só estreia em Portugal daqui a um mês mas eu já vi por magia da pirataria. Depois de bons filmes com já alguns uns anos e já bem arrumados no arquivo como, “Trainspotting” e “28 Days Later”, entre outros menos bem conseguidos, o realizador mostra-nos uma nova faceta. Dá-nos novas paragens, sotaques diferentes e actores desconhecidos. Filmado na Índia, conta-nos a história de Jamal, um rapaz pobre, que é preso depois de ser acusado de batota e de tentar enganar todo um país, quando participa na versão indiana do conhecido concurso televisivo “Quem quer ser milionário?”. Enquanto é interrogado e barbaramente torturado pela policia, Jamal relata a sua história de vida para provar a sua inocência e como, ao longo desta, foi aprendendo as respostas a todas as perguntas que lhe foram sendo colocadas com o decorrer do famoso concurso. Com o desenrolar da existência deste rapaz, órfão e oriundo dos bairros pobres de Mumbai, vamo-nos apercebendo que os motivos que o levaram a concorrer no concurso estão muito longe de serem a fama e o dinheiro, mas antes, o desejo de encontrar o tesouro da sua vida, que se apresenta na forma de uma mulher. Esta longa-metragem vinha rotulado de comédia romântica mas está longe de ser uma, é, isso sim, uma história de perseverança, dedicação e muita lealdade, apaixonadamente usadas para derrubar um número interminável de barreiras e, para finalmente, concretizar e coroar o esforço desta odisseia a que chamamos vida. Any more questions?

Sunday, January 11, 2009

Saturday, January 10, 2009

Durante todo este tempo,

Sonhei
Imaginei
Criei
Explorei
Estudei
Engendrei
Alucinei
Desenhei
Fiz trinta por uma linha
Umas vezes maravilhosamente bem
Outras obscenamente mal
Fui como nasci
Não como gostaria de ter nascido
Não para ser quem não era
Mas para mostrar quem sou
Conheci-me
Descobri-me
Expus-me
Desenhei as minhas qualidades
Fotografei os meu defeitos
Retratei-me
Quase me afoguei
Quando nas minhas redes me enrolei
Quase morri
Quando me infectei com aquelas agulhas que usei
Dizem-me que acabou
Que este infinito carrinho de linha
Ao fim chegou
Não acredito
Nem quero acreditar
Muito menos ter que me resignar
Que tudo seja imaginado
Nisto imenso que tenho sonhado
Durante todo este tempo
Em que tenho voado
Descontrolado

08/01/09

Monday, January 05, 2009



Love you because you do.

Sunday, January 04, 2009

Porque sim.

Porque às vezes quero sair de mim e ir até aí. Porque quero falar em segredos com os meus sonhos. Porque quando o faço, vejo e toco em coisas que nunca imaginei que me transportam para lugares onde jamais fui. Porque sou uma criança genialmente doce e estupidamente burra, que, ingenuamente, não sabe para onde vai. Porque a criança que sou tarda em crescer, e em sair daqui. Para aí sim, dar mãos à vida.

Friday, January 02, 2009

To be written...


Não estou de luto.
O fundo preto contrasta melhor com as cores quentes que vou escrever.
Ou não.
Logo se vê...