Wednesday, December 31, 2008

Welcome to Lalaland (collecting victims since 08)


Only one inspires.

Thank you and a Happy New Year ... with less casualties ;)

Please laugh now.

Saturday, December 27, 2008

Christmas miss

Sometimes we can´t find what we´re looking for.

Wednesday, December 24, 2008

San Francisco...on acid

Todas as maneiras são boas para chegar a esta cidade do Norte da Califórnia. Eu cheguei lá das mais diferentes maneiras e distintas companhias: de carro com amigos, de avião acompanhado da figura paternal ou sozinho de comboio. Fiquei nos mais variados sítios: tanto nos melhores hotéis de Downtown como nos piores móteis de Ocean Beach, em grandes lofts de amigos e em pequenos quartos de amigas. San Francisco é de todas as cidades que conheço dos Estado Unidos, e só das principais são mais de dez, de longe a minha preferida. Tem ofertas para todas as ondas e um rol infinito de coisas para fazer. Tem a classe e requinte de New York sem ser claustrofóbica e congestionada como esta, e em vez de New Jersey na outra margem do Hudson tem Berkeley do outro lado da baía. Não é atingida em larga escala pela futilidade gratuita omnipresente em San Diego e Los Angeles, suas irmãs do Sul do Estado. Para estas fica a perder em relação ao clima e ao estilo de vida de praia, surf e sol mas a sua diversidade de oferta em sítios para ir e coisas para fazer compensa largamente a água gélida e pejada de tubarões ou o peso extra do blusão nos seus inúmeros dias de nevoeiro. Adicione-se ao acima referido uma forte e actual componente artística e cultural, os ideais de paz e liberdade de hippies dos sete aos setenta, a abertura de espírito de gays de todos os tamanhos, sexos e feitios, a maior e mais antiga Chinatown da América do Norte e que alberga a maior comunidade chinesa fora da Ásia assim como a maior das únicas três Japantown dos Estados Unidos e pode-se ter uma pequena idéia de tudo o que SF tem para oferecer. Sem puxar muito pela cabeça consigo lembrar-me uma catrefada de programas que por lá fiz: duas Love Parade, vários after hours no End Up, surfadas em OB, jantares de grupo em Chinatown ou no Fisherman´s Wharf, almoços de de sushi num dos muitos restaurantes japoneses, festivais de música no Golden Gate Park ou futeboladas nos relvados do mesmo, bebedeiras em Irish pubs e mocas de erva em bares do Haight, vernissages de artistas da moda, passeios a pé pelo Presídio ou de eléctrico por uma das suas quarenta e três colinas, festinhas psicadélicas em caves, cocktails em últimos andares de arranha-céus, entre muitas e coloridas coisas. Se eu soubesse o que sei hoje teria ido viver para San Francisco em vez de San Diego aquando da minha aventura em terras do Tio Sam. O problema com esta cidade não é chegar mas sim sair de lá. Eu já lá cheguei e de lá saí muitas vezes sem nunca me fartar e sempre a descobrir coisas novas em cada visita. Escrito isto garanto-vos uma coisa: hei-de lá voltar um dia. Agora deixem começar o Natal.

Monday, December 22, 2008

Tuesday, December 16, 2008

Carta de (re)Apresentação


“Tu e o Pi durante estes nove dias só vão fazer sobremesas”

Foi com esta frase ouvida em Março deste ano, em vésperas de um evento desportivo conhecido da nossa praça que a minha vida profissional começou a mudar de rumo. Antes desse evento já tinha trabalhado em cozinhas, cheguei mesmo a fazer um estágio de 3 meses na cozinha de um dos melhores hotéis de Lisboa há mais de dez anos, no fim do primeiro ano de Gestão Hoteleira e nos primórdios da minha experiência universitária. Findo esse longínquo e esgotante Verão de trabalho decidi que cozinhas, hotéis e afins não eram para mim. Desisti do curso acima referido nos primeiros meses do segundo ano. Nem eu sonhava na altura que esses três meses “perdidos” de Verão, com uma passagem de duas semanas pela pastelaria, me iriam ajudar numa fase mais ou menos adulta da minha vida: esta em que vivo e estou agora, o presente e o dia de amanhã.
Antes desse evento já tinha trabalhado com amigos em caterings e até mesmo feito uns bolos aqui e ali. No momento em que me disseram essa frase reparei que o problema não seria fazer as sobremesas, mas sim, fazê-las para o número de pessoas que supostamente as iriam comer, à volta de trezentas, todos os dias durante nove. Não só teria que aprender a fazer a longa de lista de sobremesas “in location and with a tight schedule”, como as teríamos que produzir ao frenético ritmo de uma linha de montagem de uma qualquer fábrica chinesa. Trocados por miúdos, tinha que me transformar de aprendiz em mestre pasteleiro em menos de um ápice. O problema é que eu nem o Pi sabíamos o quer que fosse de pastelaria, à excepção de saber fazer o já mencionado bolo de chocolate ao que se juntavam também brigadeiros. Nunca tinha feito um cheesecake, não sabia que aos dois pacotes de bolacha maria moída se juntam 175g de manteiga derretida, não fazia a miníma ideia que depois essa base ia ao forno pré-aquecido a 175ºC durantes 10 minutos. Jamais tinha derretido gelatina para juntar às mousses, nem tão pouco sabia que tinha que o fazer com um pouco de água porque senão aquela treta agarra-se toda ao funda panela. E também não fazia a mínima idéia que as natas para bater só levantam se estiverem bem frias, e que as tinha de esconder da Dona Fátima porque senão ela não teria qualquer problema em nos esgotar o stock para usar no seu bacalhau com natas. Posso dizer-vos que menos de um ápice, neste caso particular, foram dois longos e penosos dias em que os cheesecakes se desmoronavam, em que as mousses não passavam de líquidos sem qualquer tipo de consistência e em que os bolos de chocolate não desgrudavam do fundo da forma. Como nós costumamos dizer: foram dois dias no lodo. Eu e o Pi enfiados até ao pescoço num pântano de natas, açúcar, chocolate e mais uma data de merdas doces e pegajosas a tentar ao mesmo tempo empratar os bolos que tinham que sair para a sala, preparar mais para serem feitos e não deixar queimar os que estavam no forno. Junte-se a isto tudo uma boa dose minha desorganização e da javardice do Pi, assim como a necessidade de manter a nossa área de trabalho limpa e conseguem ter uma noção do cenário de guerra onde estávamos metidos: muito fundo na mais profunda, suja e pegajosa trincheira. Passados esses dias iniciais a coisa lá se compôs e o começámos a carburar melhor, produzindo à volta de trinta bolos e tartes por dia e ainda mais umas litradas de mousses em que se incluí uma horrível e falhada experiência de mousse de jaca. Conseguimos arranjar método de trabalho e de limpeza para superar a prova com distinção e chegar ao fim dos dias com bolos em stock para o dia seguinte. Os últimos dias de navegação foram bastante mais tranquilos e a secção da pastelaria foi rotulada de maníaca devido às doses cavalares de doces que produzia.
O segundo grande evento foi em Setembro em Portimão. Quer dizer, não foi um mas sim dois eventos de penalty: 5 dias de preparação e montagem, 9 dias de evento (regatas de barcos à vela), 2 dias de intervalo, 3 dias de preparação e 5 de evento (regatas de barcos a motor). Antes de desenvolver mais este assunto convém sublinhar uma coisa: os gajos da vela comem que nem animais. Nós tínhamos que alimentar uma manada com uma média de mil estomâgos por dia, mais coisa menos coisa. Estômagos esses que eram grandes e vorazes e que não faziam qualquer tipo de cerimónia quando o assunto se referia a desmontar saborosa comidinha a um ritmo galopante. O problema inicial era não só o número de pessoas a alimentar mas também as diferentes frentes de batalha em que estávamos envolvidos. Ora então vejamos: pequeno almoço para Vip´s, catering para barcos de patrocinadores e organização, almoço de staff (buffet), cocktail para Vip´s e jantar de staff (buffet), todos os dias a que se juntam dois jantares para 500 no fim de cada evento. Eu que tive uma abençoada cunha que me livrou da tropa, considero este mês de Setembro como o meu mês de recruta. Fomos verdadeiras e letais máquinas de guerra movidas a cafeína e taurina (Red Bull) e treinadas para produzir comida para um exército de porcos. Dormíamos uma média de 4 horas por dia, trabalhávamos para lá de sol a sol ao melhor estilo escravatura colonial. A única diferença era que éramos remunerados e bem para exercer as nossas funções. O Pi e eu chegámos inclusivamente a fazer uma directa porque não tínhamos nada em stock para o dia seguinte. Só nessa noite fizemos à volta de 25 bolos, 10 litros de Pana Cotta, 10 litros de mousse de framboesa e cozemos 160 chapatas. Agora imaginem dois obcecados alunicados, às 4 da manhã a passar essa mesma mousse para mangas de pasteleiro e depois a tentar fechá-las. Nessa longa noite e depois de uma escorregadela por pouco o meu “partner in crime” não me furou de um lado ao outro com a faca com a lâmina mais comprida da cozinha, a do presunto. Testemunhei ainda uma cena hilariante nessa mesma noite enquanto fumava um cigarro na rua: um imponente segurança que se deslocava num Segway (aquelas merdas de look sci-fi que rolam por ai), quando me vinha interpelar para saber o que eu fazia ali a tão avançada hora da noite não reparou no grelhador de metal que estava no chão e mandou um baldo voador e de proporções dantescas vindo aterrar, literalmente, a meus pés. Se eu quisesse tinha-lhe apagado a beata na testa mas achei que a enorme queda já tinha sido, por si só, suficientemente humilhante. Escusado será dizer que depois daquilo a autoridade do rapaz ficou como ele: rente ao chão e estilhaçada. De uma forma geral a vida da secção da pastelaria foi “tranquila” e nunca faltaram os docinhos para os nossos leitõezinhos. Só fazíamos doses de oito ou mais bolos ao mesmo tempo, ou seja, as doses são em quilos e não em gramas. Não queimei nenhum bolo e fazia facilmente mais de quarenta por dia, à excepção de 4 bases de bolacha que estorricaram não por minha culpa mas porque o cabrão do forno tinha o termostato avariado. Não houve cheesecakes a ruir nem mousses liquidas. Aprendi a fazer mais uma data de doces que ainda não tinha feito e aprimorei-me a fazer os que já sabia. Foram semanas extenuantes e muito stressantes, que culminaram no último dia quando se abateu um tempestade de dimensões megalómanas in fucking Hellgarve, não permitindo a realização das regatas previstas para esse dia. Long story short: os meninos ficaram o dia todo na tenda a enfardar comidinha enquanto a cozinha ia metendo água. Foi horrível...

Agora perguntam vocês: “Como é que um gajo que se apresenta como designer gráfico e ilustrador acaba a fazer bolos?”

Tive que arranjar uma maneira de ganhar a vida porque não tinha paciência para lidar com briefings e/ou clientes, nunca gostei de fazer os chamados trabalhos corporativos e muito sinceramente, nunca quis ser maquetista. Consegui assim preservar o pouco que me resta de sanidade e a minha criatividade, que ultimamente tem andado na mó de baixo, para em termos de design gráfico e ilustrações fazer só o que me dá na real telha. Ganho a vida de uma maneira original e ganho muito melhor do que quando fazia BTL no departamente de design gráfico da Leo Burnett ou quando fazia pós-produção de fotografia num estúdio de imagem. Consigo ter tempo para mim, para fazer o que realmente gosto e gosto de fazer o que me dá dinheiro. Às vezes não tenho muita paciência mas também são raras as pessoas que a têm todos os dias para o seu trabalho. Muito sinceramente não acho difícil fazer bolos e produzir os mesmos em quantidades astronómicas, apenas sigo as receitas e as intrucções que vêm com elas, mas talvez tenha jeitinho para a coisa. Não me considero pasteleiro porque respeito muito essa profissão, já que para o ser a sério é preciso perceber muito da coisa e eu só ando nesta vida há menos de um ano. Nunca fiz um palmier na vida, nem tão pouco sei a receita, mas pelo aspecto da coisa não deve ser muito difícil. Também nunca fiz pastéis de nata, o meu doce preferido, mas é uma questão de passar uma tarde debruçado a lambuzar sobre o assunto. Já não sou designer gráfico freelancer. Sou apenas e só, um tipo que gosta de fazer umas bonecadas e escrever umas parvoeiras de vez em quando e que para muitos não fazem sentido, mas que para mim fazem todo. Repito, não sou pasteleiro mas sim um gajo porreiro que vai ganhando a vida a fazer bolachas, bolos e docinhos. Como é Natal aceitam-se encomendas de bolo-rei. O meu nome é João.

:)

Sunday, December 14, 2008

Inspiration


" It comes in waves, so I feel the lulls as well."

English teacher to student (2003)

Saturday, December 13, 2008

Afternoon

It´s a lovely day to do nothing and going nowhere.

Thursday, December 11, 2008

Self Medication

Chocolate and raspberry tart

I like to play with chocolate and cookies.

Monday, December 08, 2008

Ponto da situação no deserto das ideias

Mojave Desert (2004)

O cenário é o seguinte: estou sentado numa cadeira a obrigar-me a escrever mais um texto de merda e mal pontuado, não tenho vontade alguma de pegar num lápis para desenhar ou de abrir o Photoshop para manipular imagens ou cortar cabecinhas de meninas. Há já algum tempo que não faço nada, não que não queira mas porque de há umas semanas para cá a minha inspiração virou a esquina e desapareceu sem dar notícias e sem deixar rasto. Para provar o que escrevi posso dizer que o desenho que postei ontem neste blog não é recente; foi feito há quase dois meses e nem sequer era suposto ser tornado público, apenas pensei que talvez algum dos poucos fiéis visitantes achasse piada à coisa, ou que com sorte a percebesse. Talvez tivesse sido melhor, mais seguro e doce, mas seguramente menos original, ter posto a fotografia de um qualquer bolo dos milhares que já fiz ou empregar a palavra usada todos os anos e repetida por todos. Não o fiz, decidi cagar nas susceptibilidades e nas interpretações que vocês, seres raros e em vias de extinção que visitam o meu espaço quiserem fazer. Nem mesmo o último texto que escrevi faz muito sentido: é sobre uma banda que canta numa língua que quase ninguém percebe e muito menos falam e que mesmo assim tem um álbum da sua discografia gravado numa outra língua que não existe. Para atestar e ilustrar ainda melhor o triste estado da coisa resta-me dizer que já não entro na água do mar há mais de duas semanas. Neste aspecto à falta de vontade junta-se mais um conjunto de razões: afazeres profissionais, mau tempo, mais afazeres profissionais e ainda pior tempo. E só de pensar que ainda o Inverno ainda nem sequer chegou...

Segunda descrição de cenário (quase uma hora depois): Continuo sentado na mesma cadeira e na mesma sala desarrumada, a ouvir os velhos mas sempre intemporais Simon & Garfunkel e a escrever as últimas linhas de mais um texto de merda e mal pontuado e a tentar decidir o que fazer hoje. Não vai ser fácil uma vez que não me apetece escrever nem desenhar e a minha vontade de ir até à praia continua inferior ou igual a zero. Acho que vou começar por um duche para esfregar e ver se me vejo lavado deste meu mau feitio. Depois talvez vá procurar inspiração...

Sunday, December 07, 2008

Embracing the holidays spirit...


I might be a son of a bitch but I still believe in Santa Claus.

Wednesday, December 03, 2008

Sigur Rós ( )


Não é fácil escrever quando não se percebe nada do que é dito, ou neste caso, cantado. Para percebemos o que esta banda diz, ou falamos islandês, ou somos levados a pôr o significado que queremos nas palavras que saem em falsete da boca do vocalista Jón Þór Birgisson. Mesmo que falemos esse idioma estranho não é garantido absoluta compreensão de todos os álbuns da banda, uma vez que no de 2002 intitulado apenas ( ) os vocais foram gravados em Volenska, (Esperancês em Português), uma linguagem composta por sílabas sem sentido com a fonologia bastante parecida com a do Islandês e criada pelo próprio vocalista. Somos convidados pela banda a escrever das nossas interpretações das músicas no encarte de doze páginas em branco que acompanha o cd. Talvez não seja coincidência o facto do baixista deste quarteto de Reykjaik, ter afirmado numa entrevista, que a banda da qual fazia parte não ter nenhuma motivação política nem mesmo muito para dizer, há excepção de os seus membros quererem comunicar “apenas” emoções através do seus instrumentos. Depois de ouvido o disco concluímos que compreedemos exactamente aquilo que a banda nos quer transmitir (escrevo por mim e mais ninguém), quer gostemos quer não do seu som (que não é para todos) ou mesmo que não consigamos entender as palavras lá cantadas. É um disco imperdível e compreensível somente para aqueles que o querem perceber.

1ª lição de Islandês: Como convidar uma "miúda" para tomar café.
Gera þú vilja til ráðast á a kaffi?