Há bocados da minha cabeça espalhados, emoldurados por todo os lados. Pendurados nas paredes. Não olho para elas, estou cansado do que vejo, do que de lá veio e do que de meu carregam. Sinto-me cansado, desinspirado, ... tolo. Aos poucos vou ficando mais seco por dentro e mais velho por fora. Deitado no chão de madeira recuso-me a olhar para as memórias oníricas afixadas nos planos verticais. Apenas olho para o tecto, desprovido de molduras e imagens, sem marcas passadas nem sombras futuras. Não me ameaça, não me assusta, não me tenta. Está apenas branco, como o presente por pintar, mas que hoje não consigo. Estou parado mas sinto-me perdido. Suspenso na horizontal à espera de alguma coisa que não sei e da qual cada vez percebo menos.
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