Friday, March 13, 2009

Convite

Uma vez, agarrei numa caixa de bombons que tinham dado à minha irmã de presente de anos e decidi prová-los um a um. Todos aqueles que gostei foram comidos, os que não foram do agrado do meu paladar tiveram um triste fim; voaram janela fora. A caixa ficou vazia, eu obviamente de castigo e a Rita, coitadinha, ficou pior que estragada. Sempre fui viciado em chocolate, se for uma tablete de 400g de Lindt com avelãs, então aí, o caldo entorna e desmonto-a meticulosamente, numa tarde se for preciso, sem misericórdia. Engraçado o facto de nunca ter sido grande apreciador de sobremesas e doces até os começar a fazer. Hoje em dia sou um verdadeiro javardo. Quando me dá a retraça de açúcar levanto o rabiosque da cadeirinha e vou pôr as mãos na massa. Estranhamente, deixei de pôr açúcar no meu café. É óbvio que há uns que me sabem maravilhosamente e outros que me sabem a barrotes queimados. Só descobri que me passava com mangas há três anos e como uma média de quatro pães por dia. Hoje já comi três. Nunca consegui encontrar croissants que me soubessem tão bem como aqueles que comia quando andava na Escola Avé-Maria. Adormeço todos os dias na mesma posição: de barriga para baixo e com a cabeça virada para a esquerda e por cima do braço do mesmo lado que substitui a almofada à qual me agarro com o braço que sobra. Para rematar, ainda cruzo as plantas dos pés sem nunca ter conseguido perceber porquê. Não tenho nenhuma cor preferida, tenho-as a todas porque gosto de as combinar e fazê-las contrastar. Adoro quando os meus sobrinhos, por quem tenho paixão, me pedem emprestados lápis para desenhar e se sentam ao meu lado para fazer rabiscos iguais aos meus. Às vezes gostava de ser polícia apenas por uma razão: multar os cabrões que lançam o caos no trânsito e que param impunemente em segunda fila em qualquer rua que tenha duas faixas nesta cidade de loucos. Há umas semanas disseram-me que eu de certeza já teria uma mansão no céu, eu respondi que me estava literalmente a cagar e que preferia uma cabana numa praia (sem vento porque não sou grande fã de kitesurf). Tenho também o sonho de reencontrar a menina vida onde a vislumbrei pela primeira vez e contar-lhe estupidezes como estas. Esse dia pode ser hoje mas eu preferia que fosse amanhã. Só lhe peço é que seja ela a marcar a hora. O sítio, esse, é o do costume…

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