Este espaço já não deveria existir.
Porque eu lhe virei as costas. No processo, deixei saber fazer o que fazia. De receber o que me fazia fazer.
Com o tempo deixou de fazer sentido. Foi quase esquecido este mapa de vidas passadas, de tempos diferentes.
Voltar aqui é como entrar num antigo e abandonado liceu. Sem recordação do que é a escala do tempo, mas nas memórias dos que por lá andaram. São as velhas secretárias desenhadas, os antigos livros destruídos,amarelados pelos anos. Pó misturado com giz nos corredores e quadros de ardósia partidos, espalhados pelo chão. O velho pátio, vazio ainda mais que tudo o resto.
Que me perdoe o silêncio que por aqui agora reina, pela insistência desta brisa incómoda. Deste barulho que a espaços vou fazendo.
Que não se engane com o pouco que agora faço.
Porque não são gritos que dou.
São inofensivos suspiros.
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