Não é fácil catalogar a sonoridade desta extinta banda de Long Beach, a sua música oferece-nos uma enorme variedade de estilos musicais: reggae, dub, ska, punk, hip-hop e, obviamente, rock, tudo com muito humor misturado na equação (quem mais poderia escrever a frase 24/7 devil´s best friend ?). Um dos segredos da fórmula desta banda é a utilização de inúmeros samplers de outros músicos, que são incorporados na estrutura das suas composições de maneira brilhante e extremamente original. As letras das músicas contam histórias do quotidiano num tom divertido, com mudanças de ritmo repentinas e carregadas de energia. O primeiro álbum dos Sublime foi lançado em 92 e é, muito provavelmente, o disco que ouvi mais na minha vida. A sua capa de longe uma das minhas preferidas. Já a reproduzi umas quantas vezes à mão e tenho uma delas no placard de cortiça, que está ligeiramente acima da minha cabeça na parede à minha direita. Era tão viciado neste disco que quando em 99 saiu a edição em vinil eu tive que o comprar. Foi o único disco do material acima referido que alguma vez comprei e obviamente sei muito bem onde ele está arrumado, ou melhor, desarrumado. Também já comprei duas t-shits com o tal Sol da capa, perdi-as às duas. Infelizmente no Ebay só consigo encontrar pretas, e eu, como sou teimoso que nem um burro, recuso-me a comprar porque acho que um Sol daqueles precisa de um fundo branco para se visto melhor. Em relação às músicas do 40 Oz. To Freedom elas são tantas e tão boas que é difícil falar de umas e não falar de outras, no entanto, há umas que destaco. Badfish que durante anos foi a minha música preferida, reggae do mais doce que há. Rivers of Babylon, uma cover folk da conhecida canção: violão com os amigos à volta da fogueira. DJ´s, mais uma reggaezada do melhor. Smoke Two Joints, uma cover dos The Toyes tornada famosa pelos Sublime, que é um dos hinos de fumadores de marijuana de todo o mundo. Date Rape, uma skazada que abriu os ouvidos do mundo para o talento da banda de LB. Don´t Push que tem uma das melhores romantic lines que alguma vez escutei numa música e que exemplifica na perfeição a maneira de escrever da banda e o tipo de humor utilizado por esta. (If I had a shotgun, know what I'd do, I'd point that shit straight up at the sky and shoot heaven on down for you), Hope a música da parte do Shane Powell no Momentum (filme de surf). Todas as músicas deste disco são boas e têm algo diferente para oferecer que a anterior. É daqueles trabalhos que vai crescendo à medida que as audições vão aumentando. Por ironia do destino, a banda só teve o merecido reconhecimento do seu talento depois da morte do vocalista, Brad Nowell,o cérebro da banda, devido a uma overdose de heroína, (mais pura ao que ele estava habituado) em 96. A coisa boa de artistas como Brad é que eles nunca chegam a morrer, por a sua obra fica sempre com os que cá continuam. As suas criações são infinitas e intemporais porque as podemos sempre escutar, olhar ou ler o que eles têm para nos contar. Eu subscrevo a opinião daqueles que dizem que o Elvis não morreu. Não morreu ele, nem o Cobain, nem o Bob, nem o Jimmy, nem o Morrison, nem a Joplin e muito menos o Brad. Os pintores que admiro também não morreram nem a actrizes de quem certas senhoras tanto gostam. Estão todos vivinhos da silva a beber cocktails, com algum juízinho (porque com o passar dos anos vamos aprendendo o que a vida nos ensina) num qualquer sitio paradisíaco e a viver a vida como ela deve realmente ser vivida. Para nós, comuns mortais basta-nos carregar num botão para ouvir o que eles têm para contar aos nossos ouvidos. A vida deles e a nossa continua, sempre, viva. Isso é sublime.
1 comment:
por me teres gravado uma K7 na altura, um muito obrigado:)))
devo ter gasto os ouvidos a ouvir sublime!!!
Post a Comment